Busca Insensata

Buscando a si mesmo fora de si o ser se perde, se aliena, se escraviza... Retira de si mesmo o poder por sua jornada, se descontrola, enlouque. Diante da imensidão da vida, somos ainda menores que um grão de areia na praia ou no fundo do oceano... Somos poeiras cósmicas, incapazes de compreender nossa real dimensão no Universo. Porque enlouquecer desvelando a Vida, quando ainda há tanto do próprio ser a ser desvelado?

segunda-feira, dezembro 31

Oração Celta (IV)


Que sejas agraciado por mais um ciclo que se completa e vejas nele a oportunidade de mudanças necessárias.
Que faças uso das tuas razões e das tuas emoções para decidir o que realmente importa.
Que nesta nova etapa sejas capazes de valorizar as pessoas e as pequenas coisas da Vida.
Que sejas capazes de entender o valor supremo da Vida e de cada ser vivo.
Que sejas capazes de compreender que não és superior nem inferior a ninguém: apenas igual em sua diversidade.
Que teus sentidos se ampliem e permitam te reconectar com a Vida e com o Universo.
Que encontres a força e coragem necessária para enfrentar os desafios da Vida e desfrutar dos resultados obtidos.
E que, acima de tudo, a paz faça parte de tua jornada, 
e te lembres que cada segundo de tua existência é um PRESENTE da Vida e do Universo para todos nós.

(Esta é de minha autoria, inspirada nas orações originais)



Sabedoria Celta

"Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.... 
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda, que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa."

(Fonte: Caminho Celta)

segunda-feira, dezembro 24

Boas Festas e... Que venha 2013!




Não é segredo para ninguém que me considero agnóstica. No entanto, também não é segredo para ninguém que me considero uma pessoa mística, pois sinto os elementos da natureza ligados entre si e exercendo influências mútuas.

Sempre gostei do Natal. Do clima de respeito mútuo, solidariedade e desejo por um mundo melhor que é compartilhado nesses dias (Claro, antes de ser dominado pelo consumismo dos nossos tempos hipermodernos). Por isso fiz uma pesquisa sobre as comemorações ligadas a essa data e descobri algumas coisas interessantes:

I) Antes das comemorações cristãs, vários povos politeístas comemoravam a passagem para o novo ano com o Solstício de Inverno. Para eles, a esperança de prosperidade trazida pelo fim de um ciclo e o início de um novo era suficiente para as pessoas festejarem juntas e celebrar a renovação da Vida.

II) As Saturnálias, realizadas pelos Antigos Gregos em homenagem ao Deus Saturno, eram festas religiosas que celebravam a igualdade entre os homens, inclusive entre os escravos, que nestes dias eram provisoriamente libertados e conviviam com seus senhores.

III) O termo "Natal" já era utilizado antes: "Natalis Solis Invicti". Segundo as crenças pagãs, o Sol teria saído para uma grande viagem, lutado contra as trevas e voltado invicto. Por isso o Solstício de Inverno eram celebrado com muita alegria e confraternização.

IV) Mitra é uma divindade persa e também cultuada pelos antigos romanos, cujo nascimento também ocorre em dezembro. Essa deusa é mediadora espiritual entre os deuses e homens e tem a função de guiá-los para a salvação.

Essas são apenas algumas poucas informações acerca dessas festividades para nos lembrar que, independente da sua (des)crença, a Vida e sua imensa capacidade de renovação deve ser lembrada e celebrada e que um mundo melhor depende das nossas ações, conectadas umas às outras. Por isso desejo a todos excelentes festas, um grandioso 2013 e muitas, muitas e muitíssimas realizações e felicidades. também desejo força e coragem para superar nossos desafios e sairmos pessoas um pouco melhores.

E, principalmente, espero que em 2013 todos possamos olhar uns aos outros com mais humanidade, respeito e solidariedade.

Feliz Natal para todos!

quinta-feira, dezembro 20

Caminhos e Escolhas


A minha jornaada seguiu por caminhos estranhos na estrada da Vida. Conheci um dos meus amores durante o curso de Graduação, sem imaginar o quanto intenso, desafiador e enriquecedor seria... Sem imaginar que ele me traria para esta cidade que, de início me pareceu pouco hospitaleira e com valores tãããão diferentes daqueles que eu defendo, mas que foi me mostrando seus encantos e permitindo que eu conhecesse pessoas maravilhosas que passariam a compor a minha rede. Sem sonhar que eu um dia poderia contribuir com a formação pessoal e profissional de tantos futuros colegas, com um imenso potencial a ser concretizado.... Sem sequer fantasiar que aqui eu encontraria as duas outras luzes que iluminam a mina escura da minha vida...

É por eles, por ela e por mim que faço uma nova escolha. Preciso me dedicar a um novo desafio, que me faz sentir de novo que posso fazer parte de algo importante, de um movimento de mudança. Quem me conhece, sabe que o meu desejo de luta e de transformação me impele para isto. Também preciso me dedicar ao cuidado e caminhar ao lado dos meus filhos. Quem me conheceu há muito tempo talvez fique surpreso com esse movimento, mas quem ainda me conhece sabe o quanto preciso disso para continuar seguindo em frente. Preciso de um tempo para mim, pois embora eu não seja extamente velha, não estou mais na flor da idade e não tenho mais os braços e as costas de Teseu. É preciso abrir espaço para o novo.

Foram quase seis anos de muita emoção e muito crescimento. Sou muito feliz e muito grata por essas experiências. Dói, dói bastante, ver mais um ciclo se encerrando, mas também me alegro, me agito, me encho de esperança ver outro começando. Meu momento é agora e, por enquanto, me resta a despedida - Mas não se enganem: Não vou sumir por aí... ;)

Muito obrigada por tudo, colegas. Com todos vocês, me tornei mais psicóloga, mais professora, mais pesquisadora, mais cética e ao mesmo tempo mais sonhadora e, sem dúvida nenhuma, mais HUMANA.

segunda-feira, julho 23

Dias Selvagens




Estava eu sentada na recepção da escola, esperando o Beto terminar suas atividades. Para que o tempo a esperar fosse mais agradável, levei o livro que estava lendo naqueles dias, "A Magia da Realidade", de Richard Dawkings. Naquele momento eu estava lendo o capítulo "Porque coisas ruins acontecem?", mais especificamente a parte em que o autor explicitava o processo de seleção natural e a luta pela sobrevivência. Uma parte especialmente interessante me chamou a atenção e provocou algumas reflexões. Na página 240 do referido livro, o autor escreve "O mundo está cheio de predadores perigosos, e é mais seguro pressupor que a lei de Murphy é verdade. Vamos traduzir isso na linguagem da seleção natural: os animais que agem como se a lei de Murphy fosse verdade tem maior probabilidade de sobreviver e reproduzir do que os que seguem a lei de Poliana."

Naquele momento eu sorri para mim mesma pela perspicácia da afirmação. É claro, é obvio. Todos os animais precisam fazer o que for necessário para garantir a sua continuidade e de sua espécie no mundo dos vivos. Faz parte de sua programação biológica e comportamental, modelada via seleção natural e experiências particulares. Sem o desenvolvimento, seleção e aprimoramento dessas estratégias, nem mesmo uma geração de um grupo de animais seria possível, uma vez que não daria tempo para reproduzir e dar continuidade ao ciclo da vida.

No entanto, em seguida isso me entristeceu e me enraiveceu. Lembrei-me de uma constatação sobre mim mesma que comentei com suas conhecidas: Estou perdendo minha inocência, ou seja, a minha tendência a confiar cegamente nas pessoas. Sinto que isso está ocorrendo porque tenho visto e presenciado muita "sujeira" nas relações interpessoais que são estabelecidas todos os dias. Todos os dias eu vejo ou presencio alguém prejudicando outra pessoa para beneficiar apenas a si mesma ou os "seus", isso quando o mau-feito não ocorre apenas para acariciar egos doentes e perdidos, que precisam diminuir seus iguais para sentirem-se bem no mundo.

Alguém pode estar pensando: "Tá, e daí? É a lei da sobrevivência, não? A seleção natural não é exatamente isso? A lei dos mais fortes?" Pois é... Justamente essa falsa interpretação da seleção natural me angustia e provoca a minha mais profunda irritação, pois essa máxima é também chamada no cotidiano como "Lei da Selva". Captaram as razões de minha tristeza e indignação?

PORRA! Não precisava ser assim, não deveria ser assim entre nós, seres humanos. Se estamos aqui ainda, sobre a face do planeta, é porque a natureza possibilitou, também por meio da seleção natural, que desenvolvêssemos um cérebro capaz de processar as informações do ambiente de tal modo que possamos representar a realidade e, com isso, construir instrumentos que facilitem nossa vida. Esse mesmo cérebro, em algum lugar remoto de nossa história evolutiva, possibilitou que um grupo de humanoides percebessem que a união e a colaboração entre iguais aumentam a chance de sobrevivência e manutenção de nossa existência sobre a Terra. 

O que estou tentando expressar é que não somos como animais selvagens, mas agimos como se fôssemos. com tudo e com todos. o modo de produção e o modo de vida que construímos nos leva a acreditar que o outro é nosso inimigo e quer nos prejudicar. Também nos faz acreditar que se queremos continuar a existir, é necessário se antecipar e se proteger. Às vezes é pior, porque, segundo dizem por aí: "A melhor defesa é o ataque" (¬¬'). O individualismo assumiu tal proporção que nos emburreceu a ponto de nos fazer esquecer ou ignorar o que realmente fará com que a espécie humana persista na Terra e no Universo: o respeito, a justiça e a autonomia. Me entristece muito ver a humanidade tão atordoada, desamparada, embotada, entorpecida... Me entristece, sim, pois dessa forma caminhamos a passos largos para nossa extinção, quando poderíamos, ainda, continuar existindo e fazendo coisas boas, uteis, que fizessem nossas vidas mais confortáveis, saudáveis, justas, igualitárias - mais humanas.

quinta-feira, fevereiro 2

Desafio: 35 dias de leitura --> Dia 02 - Um livro que você leu mais do que uma vez

Para a escolha dessa livro, tive uma ajuda especial de alguém que me conhece imensamente: uma das luzes de minha vida - C. Eu já li alguns livros umas duas ou três vezes, mas não conseguia escolher. Quando ele disse: "O Pequeno Príncipe", não tive dúvidas: tinha de ser esse. Tem várias mensagens maravilhosas! Não sei nem por onde começar... Mas vamos tentar...

Bem, acho que começarei pela visita ao planeta onde tem apenas um rei e nenhum súdito. Durante a conversa entre os dois, o rei, convenientemente, é claro, espera o momento certo para ordenar o sol se por e assim ter certeza que será obedecido. Diante do aparente absurdo e do questionamento do pequeno príncipe, o rei explica que só podemos exigir das pessoas aquilo que elas são capazes de oferecer. Essa lição tem me orientado e me dado mais paciência para lidar com meus filhos e com as pessoas em geral. Também é o meu argumento para o tamanho grau de exigência com as pessoas que oriento, na sala de aula, nos estágios ou na pesquisa. Não adianta nos estressarmos em pedir ou esperar das pessoas aquilo que elas não tem. O resultado será apenas frustração e raiva. No entanto, se acreditamos no potencial daqueles que nos acompanham, sabemos o que podemos esperar. Na maioria das vezes é melhor não criar expectativas, mas quando o desenvolvimento de outros estão sob nossa responsabilidade (como no caso de crianças e estudantes) não podemos nos abster de apoiar e exigir, dentro das possibilidades de cada um.

Uma outra lição que eu tirei desse livro maravilhoso, talvez até mais importante, é a responsabilidade pelo vínculo que criamos com as pessoas que nos importa. "Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas" (p. 74). Isso significa que precisamos cuidar de quem se importa com a gente e de quem a gente se importa. Os vínculos criados não nascem espontaneamente, levam algum tempo, exigem paciência e uma certa disciplina (outra lição encontrada nos dias que o nosso herói passa com a raposa). As pessoas se envolvem e passam a viver com a nossa presença. Os planos, por mais simples que possam ser, passam a nos incluir. Devemos ter cuidado, pois pessoas não são brinquedos que podemos usar da forma que nos convém. Elas tem sentimentos e pensamentos próprios e podem sair muito feridas de algumas dessas brincadeiras.

Essa lição nos leva a mais uma: o essencial é invisível aos olhos. Só é possível enxergar com o coração. Será que eu preciso explicar? 

Tenho certeza que quando eu ler este novamente, certamente terei outras lições. Por isso, eu nunca me canso de ler novamente.

Desafio dos 50 dias: dia 02 --> Uma foto do seu momento favorito da história


Antes de escolher a foto para esse desafio, fiquei me perguntando qual seria o meu momento histórico favorito. Nas informações sobre o desafio, o autor deixa a opção de escolher um momento de nossa história pessoal, mas eu teria sido injusta com aqueles que me acompanham se eu tivesse escolhido qualquer um...

No entanto, não levei muito tempo para descobrir. Como eu não poderia escolher esse momento histórico? Especialmente após a invenção da pílula anticoncepcional. Não fosse a luta dessas mulheres, que vinham ocorrendo desde a década de 1930, jamais eu poderia ter a vida que tenho hoje e que eu prezo tanto. Não poderia trabalhar fora e ter minha própria carreira e meus sonhos pessoais; não teria poder de decisão pelo meu corpo, seria julgada se não quisesse engravidar ou se não conseguisse; meus filhos, se fossem adotivos, não teriam os mesmos direitos que filhos biológicos; não poderia expressar minhas ideias, muitas das quais bastante subversivas até para o momento em que vivemos; não poderíamos sequer em igualdade de direitos para outros grupos, como casais homoafetivos e inter-étnicos...

Sei que o mundo em que vivemos está uma droga (por nossa própria responsabilidade, diga de passagem) e que temos ainda muito a lutar para conquistar uma sociedade mais justa e igualitária. Talvez eu nem mesmo venha a obter a satisfação de conhecer uma sociedade completamente diferente desta em que eu vivo, mas foi pelo movimento dessas mulheres que tenho razões para sonhar e acreditar que meus filhos e netos podem viver em mundo melhor. Além do mais, eu não suportaria ser mulher sem os direitos que temos hoje. Alguém se habilita?

quarta-feira, fevereiro 1

Desafio: 35 dias de leitura --> Dia 01 - Um livro que leu por último (ou que está lendo)

Catherine é uma jovem de 17 anos que é convidada por um casal de amigos a passar uma temporada em Bath. Lá descobre-se apaixonada por um belo e interessante rapaz, perseguida por um outro, porém vaidoso e dado a trapassas. Também se descobre fã incondicional de livros de suspense e vive essa aventura com toda intensidade possível para uma moça ingênua recém chegada do campo.

Uma leitura muito interessante. No início achei que não ia gostar. Até confessei ao meu amado companheiro que tinha razões para crer que preferiria os filmes inspirados nesses romances do que os próprios. Vejam, no entanto, que algumas páginas a mais lida com certa coragem, me descubro eu enleada nessa história, morrendo de curiosidade para saber o fim da primeira heroína de Jane Austen.

Desafio dos 50 dias: uma foto sua com 15 ou 10 anos de idade.


Eita nóis... Até bate uma saudade quando a gente começa a fazer essas coisas. Aqui nesta foto me acompanham minhas lindas e amadas companheiras desta maravilhosa viagem que chamamos de vida, minhas irmãs. Minha adolescência ficará marcada para sempre em minha memória, mas alguns aspectos com certeza merecem destaque:

1. Foi o início da transição de uma vida muito difícil para uma vida um pouco mais confortável. Comecei a trabalhar nesse mesmo ano (1994) e isso facilitou muitíssimo nossa vida em família. Foi nessa época que descobri, pela primeira vez, que eu não nasci para ser dona de casa. Sempre vou lembrar de uma frase que minha amiga Alex falava ao meu irmão, uns dois anos mais tarde: "Na vida você tem duas escolhas: ou você estuda tranquilo e depois trabalha feito um cavalo; ou você estuda feito um cavalo e trabalha tranquilo"...
2. Comecei a entrar em contato com outras realidades e ter novas e maravilhosas experiências. Percebi, talvez pela primeira vez, o quanto meu mundo era pequeno e tinha a aprender. A partir daí, minha sede de conhecimento não teve mais fim. Devorei livros, mergulhei em filmes, me dediquei aos amigos. Nunca fui de muitos amigos, mas o que eu tinha eram (e continuam sendo) sempre muito verdadeiros. Essa talvez tenha sido a fase em que eu menos me "apaixonei", apesar de ter aproveitado bem o despertar da sexualidade.
3. Percebi que eu poderia ser bonita, além de "inteligente". Até então eu sempre me achei muito feia. Quando percebi que alguns meninos me olhavam diferente, percebi o quando atraente eu poderia ser. Foi como na história do patinho feio, embora hoje eu dê outros significados a essa fábula.

Enfim, os 15 anos, como o marco máximo da adolescência, representa bem a magia dessa fase, mas eu me entristeço ao observar alguns adolescentes hoje, gastando sua energia criativa na frente de vídeo-games e computadores, ou pior, se esforçando para encontrar o pior e mais trágico em tudo. Há quase 18 anos atrás, ser adolescente ainda representava possibilidades de mudanças, embora alguns professores nos vissem como "aborrescentes". Hoje me pergunto: o que eles estão fazendo para mudar o seu mundo?

Desafios virtuais



Opa! A quanto tempo não passo por aqui, não é mesmo? Como esse é o meu espaço de catarse e de descontração e ando com pouca inspiração, vou aproveitar a ideia que vem rolando no FB para manter meu Blog mais atualizado. Estou me deliciando com uns desafios que algumas pessoas lançaram e vou posta-los aqui também. Assim sempre terei algo a escrever. Para quem quiser saber, essas são as páginas:

1. Desafio dos 50 dias.
2. Desafio: 35 dias de leitura.

No mais, curtam comigo essa jornada! ;)