Busca Insensata

Buscando a si mesmo fora de si o ser se perde, se aliena, se escraviza... Retira de si mesmo o poder por sua jornada, se descontrola, enlouque. Diante da imensidão da vida, somos ainda menores que um grão de areia na praia ou no fundo do oceano... Somos poeiras cósmicas, incapazes de compreender nossa real dimensão no Universo. Porque enlouquecer desvelando a Vida, quando ainda há tanto do próprio ser a ser desvelado?

sexta-feira, janeiro 28

Escolhas e Destino


Pensar na sucessão de eventos que compõem nossas vidas e nas co-incidências que os conectam sempre levanta a pergunta: Seria o destino? Ou coincidências existem? Se for o Destino, temos algum controle sobre ele? Estava escrito nas estrelas que eu teria uma ótima pessoa como companheiro e ótimas pessoas como meus filhos? Ou foram nossas escolhas, que se cruzaram de repente, e passaram a estar ligadas umas nas outras? Ou ainda, uma terceira alternativa: Seria o Destino E nossas escolhas?...
Para o Taoismo, Destino não é sinônimo de eventos pré-determinados antes de nascermos. É, antes de tudo, nossa própria vida. No momento em que chegamos ao mundo, temos que seguir com nossas vidas: as relações que construímos, as atividades que desempenhamos, os papéis que interpretamos... Não importa que esta vida dure uma hora ou 100 anos, é o nosso destino e precisa ser cumprido.
Há meios e meios de executar e finalizar uma tarefa. Se a nossa vida é uma sucessão de momentos pelos quais precisamos passar, como fruto de escolhas nossas e das pessoas a quem estamos ligadas, também há nesse caso diferentes caminhos. Existem os caminhos da esperança; da serenidade; da perseverança; da sabedoria; do amor; da paz; da amizade; do respeito; da honestidade, da coragem... também existem os caminhos da força bruta, da violência; do medo; da raiva; da culpa e do remorso...
Entre esses, existem também aqueles outros que são uma espécie de meio termo... É preciso mencionar pelo menos a sua existência, para não negar a complexidade da Vida. Mas a grande pergunta é: Que caminhos escolhemos percorrer para encontrar o nosso Caminho?
Os mestres taoístas dizem que não precisamos descer ao infernopara chegar ao céu. O que issos significa? Que embora exista o sofrimento, não necessariamente precisamos sofrer. Sempre existe a escolha de seguir nossas vidas com leveza, fazendo escolhas e agindo com com base no respeito e cuidado em relação a nós mesmos e aos outros especialmente em relação aos seus sentimentos. É claro que em um momento ou outro vamos tomar algumas decisões erradas, mas a melhor maneira de concertar nossos erros e aprender com eles é examinar os passos dados até aquele momento e pensar o que poderíamos fazer diferente se fosse possível. Mais importante ainda que isso é saber perdoar os outros e a si mesmo, de forma que possamos seguir em frente, determinados a acertar da próxima vez. Para que ficar remoendo os erros e recriminado os outros pelas escolhas ruins que fizeram? O que ganhamos com isso?
Como todas as lições que venho aprendendo, são tarefas dificílimas de executar, mas ao conseguir, teremos menos culpa a pesar sobre nossos ombros e mais oportunidades de desfrutar os pequenos momentos de felicidade que a vida nos oferece, construindo dessa forma um Destino mais iluninado...