Busca Insensata

Buscando a si mesmo fora de si o ser se perde, se aliena, se escraviza... Retira de si mesmo o poder por sua jornada, se descontrola, enlouque. Diante da imensidão da vida, somos ainda menores que um grão de areia na praia ou no fundo do oceano... Somos poeiras cósmicas, incapazes de compreender nossa real dimensão no Universo. Porque enlouquecer desvelando a Vida, quando ainda há tanto do próprio ser a ser desvelado?

quinta-feira, fevereiro 17

A longa espiral sem começo nem fim (By Daniel Poeira)

Achei esse post procurando uma imagem para as minhas aulas. Lindo texto. Só não coloco um link deste blog nos meus favoritos porque parece que a pessoa não escreve já faz algum tempo. Mas vale a pena conferir o que ele deixou na net.


Eu sempre fui obcecado por espirais.
Espirais e buracos. Desde sempre, não sei explicar por que. Não sei se existe algum estudo sobre isso, ou alguma condição psicológica que tenha isso como sintoma. Só sei que eu sempre foi obcecado com espirais. Os alvos (e círculos concêntricos em geral) sempre me pareceram muito bonitos, mas as espirais sempre foram mais cativantes. Não apenas por sua condição geométrica, e a matemática envolvida na sua criação, mas especialmente pela sua metáfora. A espiral é uma linha enrolada sobre um eixo, que cria uma ilusão de profundidade e de infinito. Ela parece desenhar um túnel, e nunca conseguimos ver o começo nem o fim dele. A linha é infinita, e assim também parece ser o túnel. Eu nunca consigo achar que é um túnel subindo. Sempre acho que é caindo. Que a espiral é um buraco sem fundo, e a qualquer momento eu posso cair lá dentro e ficar caindo e caindo por toda a eternidade. Mas talvez a espiral tenha sim um final - é só que ele está tão longe que daqui não dá pra ver. A espiral é a nossa vida: parece que está sempre girando e girando no mesmo lugar, mas na verdade a linha do tempo nunca se encontra com ela mesma. Está sempre girando em direção ao infinito, ou melhor, ao final invisível que fica lá no fim da vida. E assim seguimos girando e girando nesse túnel descendente sem fim, sempre achando que estamos andando em círculos, mas sempre um pouquinho mais próximos do fim. Que é o meio

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